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segunda-feira, 25 de abril de 2016

3 razões porque você não deve chamar uma mulher de louca



1 – Em relacionamentos amorosos

Eis um exemplo: a mulher acredita, por algum motivo, que está sendo traída pelo namorado. Ele nega a situação e, quando ela começa a mostrar evidências, o cara simplesmente diz que isso são caraminholas da cabeça dela, que ela está “vendo muita série”, que “naquele dia eu realmente estava na casa da minha mãe” e que “ela só pode estar de TPM para falar tanta asneira”.
Ao criar memórias falsas, como quando o homem diz que em determinada data estava em um lugar, e não no motel com a outra, a namorada pode acabar acreditando, principalmente se não gostaria de colocar um ponto final no relacionamento. Ao ser chamada de “histérica”, “louca”, “chorona” e “dramática”, ela começa a questionar a própria postura e acaba envergonhada de si mesma.
Se faz sofrer, não é amor.

2 – No ambiente de trabalho

Imagine que, em uma reunião dentro de uma companhia com poucas funcionárias do sexo feminino, uma delas é extremamente competente no que faz, além de ser qualificada para o cargo que ocupa. Durante a reunião, ela se vê sem voz em meio às tantas vozes masculinas, que nem sequer a deixam falar e, se reclama disso, é chamada de “exagerada”, “chata”, “inconveniente” e, lógico, deve ouvir muito que “deve estar naqueles dias”.
Aqui cabe falar também do termo manterrupting, que significa “homens que interrompem”. A mulher começa a falar em uma reunião ou em uma palestra e, bingo: lá vem um homem interromper a fala dela. Misteriosamente, esse mesmo homem respeita o direito de fala dos coleguinhas que também usam o banheiro masculino.
Como assim uma mulher vai querer falar durante a reunião? Em que século estamos? 21?
Você acha que para por aí? Só que não: hoje nós temos também o bropriating, que nada mais é do que quando aquele cara “superlegal” leva o crédito por uma ideia que foi de uma mulher – vale lembrar, aqui, da famosa citação de Virginia Woolf, nascida em 1882 e que, ávida questionadora da questão da diferença de gêneros, disse que durante a maior parte da História, “anônimo foi uma mulher”. Dá para pensar bastante sobre isso.
E sabe aquele cidadão que fala com uma mulher como se ela fosse uma criança de três anos, explicando minuciosamente um conceito que ela entenderia muito bem se ele o dissesse normalmente? Nesse caso, estamos diante do mansplaining. O Think Olga tem uma publicação maravilhosa explicando tudo isso com muito mais detalhes, caso seja do seu interesse.
Fuja do homem que quer ser rei de tudo.

3 – Em relacionamentos com amigos

Vou usar um exemplo pessoal. Há pouco tempo, eu e mais quatro amigos homens estávamos em um bar. Um dos meninos tinha acabado de sair de um namoro longo e, em breve, viajaria sozinho. Um segundo amigo o aconselhou a tirar muitas fotos fingindo estar feliz para mostrar no Instagram e fazer ciúme à pessoa com quem tinha terminado. Posicionei-me contra essa postura, afinal a viagem tinha tudo para ser incrível e era uma oportunidade para que o amigo refletisse sobre a vida e postasse as fotos que quisesse, porém sem a intenção de afetar ninguém com isso – nem temos mais idade para esse comportamento, convenhamos.
O cara que deu o conselho começou a gritar comigo a ponto de as pessoas ao redor se sentirem incomodadas. Para tentar me desestabilizar emocionalmente, ele disse que eu deveria ser uma daquelas mulheres hipócritas que fala que não quer ter filho, mas que morre de vontade de ser mãe. Até hoje não entendo a relação entre uma coisa e outra, mas compreendi que, achando que me afetaria ao fazer essa afirmação, ele queria me calar, queria me impedir de continuar argumentando.
Não deixe que ninguém grite com você.
Havia outros três homens na discussão, e os três também acharam o conselho desse cara bastante ruim. Nenhum deles ouviu uma frase parecida com a que eu ouvi – aos gritos, que fique claro. Vale lembrar que nunca falei com esse cara sobre querer ou não ter filhos. Eis uma pessoa que não faço questão alguma de rever tão cedo nessa vida. Comigo ninguém grita.

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